O mundo vem mudando rapidamente, bem como as relações entre humanos e seus cães de estimação. Em muitas famílias (principalmente nas grandes cidades) os cães assumiram o status de membros. Esses animais recebem atenção, carinho, cuidados médicos e estão nos sofás e nas camas dessas casas. E junto com essa nova relação aparecem com frequencia as alterações de comportamento que podem prejudicam o vínculo humano-animal.
Comumente vemos cães com diagnósticos médicos, incluindo alterações comportamentais como: medo, fobia, ansiedade, compulsão, agressividade entre outros. Esses cães precisam muitas vezes de tratamento e acompanhamento de um veterinário comportamentalista, também chamado de etólogo clínico. O profissional diagnostica e trata através de três principais pilares: manejo do ambiente onde o cão vive, modificação do comportamento através de técnicas especificas e uso de psicoativos quando necessário.
Esse novo cenário pode parecer estranho e assustador para muitas pessoas e muitas vezes é julgado como problemas de cães “frescos” ou caso de famílias que mimam seus cães, mas como veremos essa visão está carregada de erros e preconceitos.
Não precisaríamos voltar mais do que 50 anos e o cenário dos cães seria muito diferente: nas grandes cidades do Brasil, a maioria deles eram mantidos nas áreas externas das casas, a alimentação era de sobras de comida e muitos cães com “donos” circulavam livremente pelas ruas. Essa convivência afetiva era distante, uma vez que as pessoas os tinham com objetivos utilitários. Dessa forma as alterações de comportamento não eram notadas e/ou percebidas. A própria medicina veterinária não considerava as questões emocionais dos pacientes. Porém o mundo mudou, os estudos sobre cognição e emoções nos cães tornaram-se abundantes e a convivência das pessoas com eles muito mais íntima.
A convivência íntima e o vínculo afetivo, deram destaque aos problemas de relacionamento. Muitas pessoas já não conseguem ignorar o sofrimento emocional de seus cães e outras tem dificuldade de lidar com os conflitos da convivência próxima de entre duas espécies diferentes. Vale salientar que esse sofrimento já estava presente nos cães de “quintal”. Os cães, por sua vez, também precisaram se adaptar a ambientes e a uma rotina com menos estímulos físicos e cognitivos, além de aprender a se comportar em cenários sociais que antes não faziam parte de seu repertório (restaurantes, hotéis, etc).
Temos ainda o grande crescimento na população de cães, incluindo os de raça. A criação deles, na maior parte das vezes, não considera o temperamento do animal como um fator decisivo e sim os critérios físicos. Essas decisões acabam por aumentar a incidência de problemas comportamentais, como medo e agressão, uma vez que algumas dessas alterações podem ter fatores genéticos.
Assim, na verdade as alterações e problemas de comportamento que vemos com frequência hoje em nossos cães, são o resultado dessas mudanças na criação, nas interações sociais íntimas e de uma medicina que vem avançando e compreendendo o cão de forma sistêmica, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais.
Importante ressaltar, que ainda hoje, as pessoas acreditam que a raça define o temperamento do cão (como já foi considerado em humanos), e ainda muitas pessoas dão preferência a cães de raça pura sob esse argumento. Isso não é verdade, sabemos hoje, que o temperamento e personalidade do cão será determinado, sim por fatores hereditários, mas também pelas experiências na primeira infância, bem como o ambiente onde ele crescer e interagir; exatamente como nós humanos.
Nessa nova fase da nossa relação com cães, precisamos compreender melhor suas necessidades e tomar a decisão de ter um animal conscientes de que o cão perfeito (da nossa imaginação) não existe, problemas e desafios irão aparecer e poderão ser superados pelo amor e dedicação de ambos, humanos e cães.
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