Os alimentos para pets são tão complexos quanto o seu público alvo. Não só cães e gatos são extremamente sensíveis às alterações de sabor e aroma do alimento, como necessitam de dietas personalizadas dependendo da raça, função, idade e estado de saúde do animal. Nesse sentido, para a indústria de pet food, a embalagem pode ser tão importante quanto toda a tecnologia investida em cada grão de ração ou grama de sachê.
A embalagem impacta diretamente a segurança, o frescor e a qualidade do alimento. Mas também é o meio de comunicação mais importante para passar informações essenciais aos tutores sobre os ingredientes do produto e orientações de alimentação, influenciando diretamente suas decisões de compra. Por isso, esse segmento se destaca por investir em inovação e antecipar comportamentos e movimentos no setor.
Para entender quais as principais tendências de embalagens no setor brasileiro, a Petfood Forum Brasil falou com especialistas e marcas que vêm transformando o mercado e moldando as expectativas dos consumidores.
Quais são as tendências em embalagens para alimentos pet?
O mercado pet é muito importante para o setor de embalagens, afirma Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, centro de ensino e pesquisa de embalagens no Brasil. Essa relevância faz com que seja possível observar vertentes de inovação nos pacotes de alimentos para pet.
Segundo Assunta, pets estão cada vez mais integrados à rotina da família e tutores estão mais dispostos a investir em produtos que mostram sofisticação e tecnologia para mimar os filhos de quatro patas. “O setor tem desenvolvido embalagens adequadas para várias demandas antes inimagináveis enquanto supera desafios para manter a qualidade e frescor dos produtos.”
Atualmente, de acordo com a diretora, quatro vertentes ditam as novidades em embalagens de pet food: conveniência, saúde e segurança, design e sustentabilidade.
Embalagens que facilitam o dia a dia dos tutores
A rotina agitada dos tutores e a busca por soluções funcionais têm levado as empresas a apostarem em embalagens que facilitam o manuseio e o consumo diário dos produtos.
Um dos exemplos nesse campo são os pouches retort com bico, como os utilizados pela Caldos Olivia, que oferecem praticidade na dosagem e conservação dos caldos de ossos naturais e sem aditivos. Desenvolvida com tecnologia da Gualapack, a embalagem garante a esterilização do produto sob altas temperaturas e pressão, preservando a qualidade e segurança dos alimentos, enquanto reduz o desperdício e permite um fechamento mais higiênico.
Outra solução que tem ganhado espaço é o sistema “abre fácil”, presente em snacks e rações em pacotes menores, que mantém as características de sabor, crocância e nutrientes por mais tempo em um recipiente de fácil armazenamento.
Mas verdadeiras inovações são observadas em produtos cuja embalagem não só se preocupa com a comodidade para os tutores, como consideram a palatabilidade, frescor e durabilidade do produto.
Um exemplo dessa tendência, segundo Assunta, pode ser visto em marcas que acondicionam porções menores dentro de uma embalagem maior, apostando na conveniência e no controle de quantidades.
No Brasil, a Fórmula Natural, da Adimax, segue esse caminho ao comercializar seus sacos de ração a partir de 7 kg com várias embalagens internas de 500 gramas. No exterior, algumas marcas já adotam embalagens com tiras destacáveis para petiscos, permitindo porções individuais dentro de um mesmo pacote. “São soluções inteligentes que garantem a oferta de alimento sempre fresco e aumentam a segurança alimentar”, destaca a diretora.
Conexão e posicionamento conquistam consumidores
A embalagem também funciona como espelho da identidade do tutor e da forma como ele enxerga seu pet. Assim como no consumo humano, design, cores, tipografia e ilustrações ajudam a construir uma conexão emocional e transmitir valores como cuidado, causas sociais, acessibilidade e até mesmo status. Importante meio de comunicação, embalagens são usadas para conectar o produto aos valores dos consumidores.Importante meio de comunicação, embalagens são usadas para conectar o produto aos valores dos consumidores.Adimax/Divulgação
Campanhas de conscientização, como a edição especial das embalagens da linha Magnus Todo Dia, da Adimax, para o Abril Laranja, mês de combate aos maus-tratos aos animais, mostram como a embalagem pode ser usada como canal de mensagem e engajamento social. Lançadas em abril de 2025, as embalagens especiais trouxeram elementos da campanha, como o “laço laranja”, que adornou até mesmo o mascote da marca, o cão Magnus. Na parte traseira, o laço com o slogan da campanha aparece mais uma vez, para reforçar junto ao consumidor a importância deste tema e informar sobre a criação da PL Nº 2.519-A que instituiu o mês de conscientização oficialmente no Brasil.
“O design transforma as embalagens em uma poderosa ferramenta de conexão com o consumidor”, afirma Assunta, que também destaca o caso da embalagem da nova linha de pratos prontos orgânicos e vegetarianos da All Love Veggie para cachorros. Além de combinar tecnologia japonesa para oferecer durabilidade, o projeto se diferencia pelo cuidado em transmitir os valores da marca já no primeiro contato visual.
O produto aposta em ingredientes como quinoa, abóbora, chia, brócolis, goiaba e grão-de-bico, uma formulação pensada para atender tutores que buscam uma alimentação mais natural e alinhada a princípios éticos e nutricionais. Na embalagem, em cartucho, uma pequena janela em formato de coração permite ao consumidor ver o produto antes da compra, usando uma estratégia afetiva que se relaciona com o carinho com que os tutores tratam seus pets.
Uma pequena janela em formato de coração usa uma estratégia afetiva para conquistar consumidores.Uma pequena janela em formato de coração usa uma estratégia afetiva para conquistar consumidores.Acervo de Embalagens da FuturePack
O desafio da sustentabilidade em embalagens de pet food
A crescente preocupação ambiental por parte dos tutores também pressiona o setor por soluções mais sustentáveis. Isso inclui desde embalagens recicláveis até estruturas que gerem menos resíduos ou sejam fabricadas com materiais renováveis. No entanto, isso não é uma tarefa fácil para a indústria.
Segundo Assunta, o alimento para pets é um produto extremamente difícil de manter todos os atributos depois de embalado. Isso porque as dietas pet requerem barreiras que evitem a oxidação, a perda ou ganho de umidade, o desenvolvimento microbiano, a infestação por insetos e roedores e a perda de sabor e textura pela interação com o material de embalagem. “Tudo de desafiador para uma embalagem você encontra numa alimentação pet. Por isso o uso de embalagens trilaminadas (estruturadas com lâminas de plástico e alumínio) são tão comuns no mercado. Porém elas são quase impossíveis de reciclar.”
Nesse sentido, uma tendência para alcançar o aumento da reciclabilidade das embalagens é através de estruturas mais simplificadas, ou seja, com menos mistura de elementos sendo idealmente monomaterial (que usa apenas um tipo de material) . Essa simplificação favorece a reciclagem pois não exige uma etapa adicional de separação
Os Biscoitos Special Dog Ultralife foram premiados com o Troféu Roberto Hiraishi 2025 na categoria Marketing.Os Biscoitos Special Dog Ultralife foram premiados com o Troféu Roberto Hiraishi 2025 na categoria Marketing.Special Dog Company/DivulgaçãoUm exemplo recente é o da Special Dog Company, que recebeu o Troféu Roberto Hiraishi 2025 na categoria Marketing do Prêmio Brasileiro de Embalagem pela embalagem dos Biscoitos Special Dog Ultralife. Segundo a empresa, a embalagem, desenvolvida com cartão e alumínio, é 100% reciclável e apresenta um sistema de abre e fecha, garantindo praticidade e eficiência. “As estruturas dos materiais formulados são compatíveis entre si e permitem serem descartadas como recicláveis, podendo ser descartada em lixos recicláveis (plástico), respeitando os princípios da economia circular, incentivando a reutilização de recursos e a redução de resíduos”, afirma a Special Dog.
Ainda que soluções totalmente recicláveis ou compostáveis enfrentem desafios de viabilidade técnica e custo no Brasil, iniciativas como essa abrem caminho para novos formatos e materiais. “A sustentabilidade precisa ser pensada desde o projeto da embalagem até o pós-consumo. E isso envolve toda a cadeia”, reforça Camilo.
Essas tendências mostram que as embalagens de pet food estão se tornando cada vez mais inteligentes, informativas e conectadas ao estilo de vida do tutor moderno. Sendo assim, marcas que investem em diferenciação, sem abrir mão da segurança e da qualidade, tendem a conquistar maior espaço num mercado competitivo e exigente.
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Câmara aprova PL que regulamenta a profissão de banhista e tosador de pets, exigindo cursos e regras de bem-estar. Texto segue ao Senado e é visto como avanço por profissionais do setor.
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