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Especialistas preveem mais fusões e aquisições no mercado pet




As fusões e aquisições no mercado pet, sobretudo envolvendo grandes varejistas e redes de pet shops regionais, tendem a ganhar fôlego em 2024 e dar o tom ao crescimento do setor.

A análise partiu de Ricardo Bahiana e Bruno Jucá, sócios da B2R Capital. A consultoria atende fundos e empresas que já compraram ativos de grupos como a Petz, que abriu capital em 2020. Outro exemplo é o da Petlove.

“A Petlove, por exemplo, está aumentando sua área interna de M&A, e tem buscado análises de empresas. Há fundos de investimento interessados em varejistas, planos de saúde para animais e clínicas veterinárias”, afirma Bahiana.

Fusões e aquisições no mercado pet aumentam 6 vezes em 4 anos

As fusões e aquisições no mercado pet aumentaram quase seis vezes em quatro anos. Entre 2017 e 2019 ocorreram apenas sete transações. Já de 2020 a 2023, o número saltou para mais de 40.

Uma das operações de maior impacto aconteceu em abril de 2021, quando a Porto Seguro adquiriu 13,5% de participação na Petlove. A varejista pet, com isso, passou a operar a área de planos de saúde da seguradora. No mesmo ano a Petz comprou a Zee Dog.



Já em agosto de 2022, a compra da Mundo Pet movimentou os negócios da Cobasi. Com a transação, uma das líderes do mercado pet passou a controlar as 14 lojas da Mundo Pet no Nordeste e dobrou de tamanho na região. Uma das primeiras estratégias foi a ampliação da quantidade de itens disponíveis nas pet shops do grupo, que passou de 7 mil para 20 mil SKUs. A rede também iniciou um processo para encorpar os investimentos na digitalização. A ideia é que as vendas online, que hoje representam um dígito, cheguem a 33%.

“A frequência dessas movimentações está aumentando, o que acendeu uma luz de que esse mercado está se consolidando e apontando para um caminho de entrada de algumas dessas empresas na Bolsa de Valores”, avalia Bahiana.

Fragmentação favorece fusões no mercado pet

Números do mercado vão ao encontro das expectativas da consultoria. Além de o Brasil já ser um dos três maiores mercados do mundo, o país tem um setor muito caracterizado pela fragmentação – já que 95% dos pontos de venda são controlados por pequenos e médios pet shops.

Dados do Sebrae são mais um exemplo da consolidação do varejo pet no Brasil. O setor registrou a abertura de mais de 18,2 mil negócios nos últimos 12 meses até setembro deste ano. O levantamento contabilizou 18.278 novos CNPJs a partir de informações da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

Com esse avanço, estima-se a existência de 65,4 mil negócios no segmento. “Esse mercado apresentou uma virada durante o isolamento social, quando o número de animais de estimação atingiu recorde ao superar 149 milhões de pets”, ressalta Roberto Claret, analista de negócios e clientes do Sebrae.

Modelo de negócio deve mudar

Na percepção de Bahiana, da B2R, o setor também deve sofrer mudanças no modelo de negócio. “As megastores devem abrir espaço para lojas menores. Elas não vão deixar de existir, mas têm uma série de limitações: nem todo bairro comporta uma loja do tipo e o próprio mercado tem questionado esse tipo de loja”, acredita. A aquisição de pequenos pet shops por parte das grandes redes torna-se, dessa forma, um movimento natural.

A própria Petz parece seguir nesse caminho ao reconhecer a necessidade de pensar em novos formatos. “É uma estratégia parecida com as redes de farmácia e com a própria Americanas com a compra da Blockbuster. Eles não estavam interessados na locação de filmes, mas na capilaridade dos pontos de venda”, destaca Bahiana.

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