O uso da internet das coisas (IoT) e da IA no varejo pet está revolucionando a forma como o setor lida com a prevenção de perdas e a gestão de suas operações. O Panorama PetVet ouviu com exclusividade o gerente de inteligência de risco e prevenção da Petz, Paulo Rogério Ribeiro da Silva, para entender como as novas tecnologias começaram a ser incorporadas aos processos da rede.
As chamadas “perdas invisíveis” – produtos sem giro, estoques mal dimensionados ou itens próximos do vencimento – estão entre as maiores dores dos pet shops. Mas a IA permite transformar dados em insights práticos e imediatos. “Com algoritmos de machine learning, analisamos, diariamente, mais de 12 mil SKUs distribuídos nas 264 lojas que operamos, em 24 estados e no Distrito Federal’’, frisa.
A identificação de pontos de venda nos quais o sortimento está desequilibrado contribuiu para reduzir a 0,09% o índice de perdas no faturamento por vencimento, que antes chegava a 0,30%. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (ABRAPPE), o setor varejista brasileiro registrou, em 2024, o maior índice de perdas da última década. O prejuízo médio foi de 1,51% do faturamento líquido do varejo, cerca de R$ 36,5 bilhões
Além da IA no varejo, a internet das coisas propicia monitoramentos em tempo real
Além da IA no varejo pet, a internet das coisas (IoT), combinada à visão computacional, também vem ganhando protagonismo no setor. Sensores e câmeras integradas aos sistemas de gestão monitoram prateleiras e planogramas em tempo real. Quando um item está em falta ou mal posicionado, o sistema gera alertas e dispara pedidos automáticos de reposição para o centro de distribuição ou diretamente ao fornecedor.
“A automação não apenas evita rupturas, mas também garante que produtos de alto valor, como medicamentos de uso contínuo e dermocosméticos veterinários, estejam sempre disponíveis”, reforça Ribeiro.
Fraudes digitais mais sofisticadas
Com o crescimento do e-commerce pet e das vendas omnichannel, surgiram também novos riscos. Fraudes digitais, como tentativas de invasão de credenciais e compras fraudulentas, estão cada vez mais frequentes. “Recebemos mais de 100 mil ataques por ano em nossas plataformas. Sem inteligência artificial e testes de invasão constantes, seria impossível manter a operação segura”, explica Paulo Rogério.
Para enfrentar esse cenário, a Petz organizou times internos de defesa cibernética, atuando de forma semelhante a “hackers éticos”, que simulam ataques para identificar vulnerabilidades antes que criminosos o façam. “Em algumas redes, as vendas digitais já superam os 40% e a prevenção ajuda a evitar prejuízos”, diz.
Tecnologia a serviço da experiência do cliente
Aplicativos integrados à IA permitem personalizar ofertas, recomendar produtos de acordo com o perfil do pet e oferecer atendimento 24 horas. Em alguns casos, sistemas já analisam o histórico de compras e tratamentos, sugerindo a contratação de planos de saúde, oferecendo promoções ou alertando sobre a continuidade de medicamentos. A Petz opera o Centro Veterinário Seres, rede de clínicas e hospitais com 150 unidades em todo o Brasil.
A tecnologia também fortalece a relação com os tutores. Uma experiência inovadora foi a introdução no site de um sistema de leitura facial para animais. Se o pet abana o rabinho e balança a cabeça diante da câmera, o produto vai direto para o carrinho, um recurso lúdico que reforça o engajamento do tutor.
Para Ribeiro, consumidores mais exigentes e margens líquidas sob crescente pressão no varejo são condições que requerem criatividade na condução do negócio. “A adoção de soluções inteligentes deixa de ser tendência e passa a ser fator essencial para a sustentabilidade do setor pet”, avalia.
Estudo aponta avanços no uso da Cannabis sativa em pets
Estudo publicado na Pubvet mostra benefícios do uso de Cannabis sativa em cães e gatos, com eficácia no tratamento de doenças e manejo da dor, reforçando avanços na veterinária.
Andipet premia melhores indústrias do setor pet
Andipet premiou 15 indústrias do setor pet em 5 categorias durante a PETSA, reconhecendo qualidade, inovação e apoio à distribuição, com votos de mais de 60 distribuidores do Brasil.
Mercado global de pet food pode dobrar de tamanho até 2035
Mercado global de pet food deve quase dobrar até 2035, atingindo US$ 247,7 bi, impulsionado por humanização dos pets, demanda por alimentos premium e nutrição personalizada.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página: