A fusão da Petz e Cobasi agora é oficial. Depois de quase um ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aval ao negócio sem restrições. A decisão da Superintendência Geral do órgão forma uma companhia com receita bruta em torno de R$ 7 bilhões e 494 lojas em mais de 140 cidades.
Formalmente a aprovação torna-se definitiva após 15 dias, a tempo de gerar alguma manifestação contrária da parte do próprio Tribunal do Cade ou de terceiros – como a Petlove, que havia apresentado restrições à operação. No entanto, fontes do mercado pet entendem que, na prática, a união entre as duas gigantes do varejo pet não terá mais contestações.
Pelos termos da fusão, os investidores da Petz passarão a ter 52,6% das ações da nova varejista. Os demais 47,4% ficarão nas mãos dos acionistas da Cobasi. Estima-se que a nova empresa acumule 11% de participação de mercado. As duas varejistas projetam também uma economia de custos de até R$ 330 milhões com a sinergia das operações.
Então CEO da Cobasi, Paulo Nassar assumirá o comando da companhia. O CEO da Petz, Sergio Zimmerman, passará a ocupar a presidência do conselho de administração.
Fusão da Petz e Cobasi não trava a concorrência, avalia Cade
A fusão da Petz e Cobasi foi anunciada em agosto de 2024. Desde então, as companhias trabalharam para convencer o Cade de que a transação não representaria um risco à concorrência, argumentando que seus principais competidores seriam grandes marketplaces como Alibaba, Mercado Livre e Shopee.
Os técnicos do órgão colocaram em xeque essa afirmação e informaram que a análise de mercado poderia demandar todo o prazo legal previsto, podendo chegar a 330 dias. Até a semana retrasada, a avaliação preliminar indicava que a fusão faria a nova empresa ter um market share em torno de 28%, percentual abaixo de 40% – índice que, em tese, justificaria uma intervenção.
No entanto, o Cade concluiu que a diversidade de atores, modelos de negócios e portes impede a consolidação de um formato de negócio dominante. Marketplaces, supermercados, agrolojas e pet shops de pequeno e médio porte são capazes de exercer pressão competitiva suficiente para conter eventual exercício de poder de mercado.
Distribuidora pet reagiu contra fusão
As possíveis implicações da fusão entre Petz e Cobasi levaram a uma reação contundente da Associação Nacional dos Distribuidores Pet (Andipet), que representa mais de 60 empresas em todo o território nacional. A entidade lançou um manifesto público sobre o tema e está mobilizando seus associados e profissionais do setor por meio de um abaixo-assinado, que reforça a necessidade de vigilância e diálogo em defesa da livre concorrência.
A Andipet alertou para os potenciais riscos que a operação representa à livre concorrência, à diversidade empresarial e ao equilíbrio entre os agentes do mercado pet. Também entende que esse movimento pode gerar uma concentração de mercado prejudicial a distribuidores regionais, clínicas veterinárias e pet shops independentes, que hoje compõem a base do mercado.
“Nos preocupa o desequilíbrio que uma concentração desse porte pode causar. O setor pet brasileiro é sustentado por milhares de pequenas e médias empresas que geram empregos, distribuem produtos com capilaridade e garantem um atendimento próximo e personalizado. Essa fusão pode colocar tudo isso em risco”, afirma o presidente Diego Câmara.
Além da redução do poder de negociação dos distribuidores e lojistas, a associação destaca que a fusão pode criar espaço para práticas comerciais predatórias, impactando diretamente a sustentabilidade dos pequenos negócios e diminuindo as opções disponíveis para os tutores de pets.
A entidade ainda fez um apelo às indústrias para que mantenham políticas comerciais justas, que valorizem todos os elos da cadeia. “Defendemos um mercado saudável, competitivo e plural. É fundamental que decisões estratégicas do setor preservem o equilíbrio e o acesso justo às oportunidades. A concentração de poder pode asfixiar a inovação e enfraquecer a rede que dá sustentação real ao setor pet no Brasil”, complementa.
A Petlove também havia manifestado preocupação com o negócio, tanto que obteve o aval para ingressar no processo como terceira interessada. A empresa entende que o acordo pode prejudicar a concorrência no setor, sobretudo entre players menores e marketplaces digitais.
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