A estrutura do varejo pet, tanto físico como online, será objeto de um estudo econômico solicitado pelo relator da fusão entre Petz e Cobasi no Cade ao Departamento de Estudos Econômicos.
O conselheiro relator José Levi Mello do Amaral Júnior pediu que o departamento apresente alternativas para a definição de mercado relevante (o espaço delimitado em termos de produto e geografia que estabelece a fronteira da concorrência) consideradas mais adequadas ao caso.
Também foi requisitado apoio técnico para avaliar as premissas apresentadas nos pareceres das requerentes, Petz e Cobasi, e da terceira interessada, a Petlove, que ingressou no processo em abril deste ano.
Conforme noticiado pelo Panorama PetVet em 29 de agosto, o Cade prorrogou por 90 dias o prazo de análise da fusão entre as duas maiores varejistas pet do país. O julgamento, antes previsto para 3 de outubro, passou para o fim do ano. O argumento para a extensão foi a complexidade da operação.
Fusão entre Petz e Cobasi divide opiniões do varejo e de médicos veterinários
A operação tem gerado reflexões e debates no setor. Ao Panorama PetVet, Alexandre Gomes, presidente da Associação Nacional de Pet Shop (ANPETSHOP), diz que o movimento é esperado no mercado e é uma forma das gigantes ganharem ainda mais força. “Já para nós, pequenos e médios empresários, fica a lição de que precisamos ser cada vez mais profissionais e próximos dos clientes. É no atendimento humano e personalizado que vamos conseguir nos diferenciar”, comenta.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) manifesta preocupação com os impactos estruturais e sociais dessa fusão, especialmente sobre os pequenos estabelecimentos veterinários, pet shops locais e profissionais autônomos da medicina veterinária.
“A fusão pode não representar risco concorrencial sob a ótica teórica, mas cria, na prática, um desequilíbrio brutal no ecossistema pet. Pequenos empreendedores e estabelecimentos locais terão ainda mais dificuldade para competir com uma estrutura de tamanho avassalador, que combina marca, rede física, plataforma digital, indústria própria e, inclusive, planos de saúde animal”, afirma o presidente do CRMV-RJ, Diogo Alves.
Diego Dahas, presidente da Andipet, principal associação de distribuidores pet do Brasil, mostra preocupação com o desequilíbrio que uma concentração desse porte pode causar. “O setor pet brasileiro é sustentado por milhares de pequenas e médias empresas que geram empregos, distribuem produtos com capilaridade e garantem um atendimento próximo e personalizado. Essa fusão pode colocar tudo isso em risco.”
Para Talita Lacerda, CEO da Petlove, os riscos são claros. “Com esse novo player formado, há possibilidade de práticas predatórias para eliminar a concorrência e criação de barreiras à entrada de novos players, em busca do monopólio.”
Linha do tempo da fusão entre Petz e Cobasi
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