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Caso Petz+Cobasi: Deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) questiona estudo do CADE, critica pressão das empresas, e alerta para risco de alta de preços no mercado pet

Escrito por Pet Conecta Digital

01 DEZ 2025 - 09H00

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) voltou a manifestar preocupação com a fusão entre Petz e Cobasi, após a divulgação de um parecer do Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) que teria minimizado os riscos concorrenciais da operação. Para a parlamentar, o estudo ignora obstáculos estruturais que impedem os pet shops independentes de competirem de forma justa com os megastores.

Segundo Talíria, ao tratar pet shops como concorrentes efetivos da Petz e da Cobasi, o CADE ignora a realidade do mercado. Ela lembra que as lojas de bairro já partem em clara desvantagem, pois não têm capacidade de negociar com fornecedores nas mesmas condições das grandes marcas e, por isso, não conseguem praticar preços ou descontos semelhantes.

Além disso, as lojas menores não dispõem do mesmo portfólio amplo e variado, justamente porque não têm escala para isso. A experiência oferecida também é incomparável: enquanto as grandes redes integram loja física, e-commerce, serviços e programas de fidelidade, os pequenos estabelecimentos operam com estruturas muito mais limitadas.

“Ao ignorar essas desigualdades, o CADE acaba reforçando uma ilusão de competitividade que não existe na prática. Tratar pet shops de bairro como players capazes de equilibrar o mercado é desconsiderar o que acontece com qualquer setor dominado por grandes redes com enorme poder de barganha”, afirma Talíria, lembrando ainda que pet shops independentes não conseguem investir em marketing e captação de clientes em nível nacional – algo que, para Petz e Cobasi, é rotina.

Pressão sobre o CADE e risco de alta de preços

A deputada também reiterou críticas à postura das empresas após relatos de bastidores sugerirem que elas cogitariam desistir da operação caso o CADE imponha “remédios estruturais” para preservar a concorrência. A ameaça de abandonar a fusão caso sejam exigidas medidas mínimas configura uma forma de pressão inaceitável sobre uma autoridade de Estado que deveria decidir exclusivamente com base no interesse público e em critérios técnicos, relata:

“Não cabe às empresas chantagearem o CADE para evitar salvaguardas que protejam as famílias brasileiras. Tenho confiança de que o relator Levi e todo o plenário conduzirão o caso com responsabilidade, sem se deixarem influenciar”.

Ex-presidente do CADE vê risco elevado de alta de preços

A parlamentar destacou ainda que especialistas em defesa da concorrência alertam para os efeitos nocivos da operação, caso aprovada sem qualquer tipo de restrição. Entre eles está o economista e ex-presidente do CADE, Gesner Oliveira, que realizou estudos sobre os impactos no setor.

“Aplicamos um teste regularmente usado pelo CADE para verificar os efeitos da fusão em termos de preço ao consumidor. Os resultados mostraram que, em alguns casos, a alta é tão expressiva que chega ao dobro do que seria um patamar limite considerado pelo órgão. Trata-se de uma operação que amplia de forma significativa a concentração de mercado e, consequentemente, produz efeitos anticoncorrenciais”, afirma Gesner, que também é sócio da GO Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Por Pet Conecta Digital, em Notícias

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