O Conselho Federal de Medicina-Veterinária (CFMV) anunciou no último mês a Comissão Nacional de Jovens Médicos-Veterinários e Zootecnistas (CNJMVZ) – também chamada “CFMV Jovem”. Segundo a portaria nº 213/2025-PR/DE/CFMV/SISTEMA, o objetivo é integrar, valorizar e fortalecer os médicos-veterinários e zootecnistas em início de carreira em todo o Brasil.
A iniciativa aparece em um momento oportuno, em que o setor de veterinária e zootecnia cresce e há demanda por profissionais, mas também desafios de inserção e reconhecimento para quem está começando. As principais atribuições divulgadas pelo CFMV para a nova comissão incluem:
A comissão será composta por nove médicos-veterinários voluntários, com atuação preferencialmente remota.
Entre os integrantes está Leticia Bello, que destaca a importância do momento:
“Estar na comissão jovem do CFMV representando tantos colegas veterinários é uma conquista que carrego com muito orgulho e gratidão. É o começo de um novo ciclo de escuta e transformação.”
O também integrante Matheus Arantes reforça o sentimento de pertencimento e entusiasmo:
"Foi uma viagem sensacional! Conhecemos a fundo a estrutura e os setores do CFMV e ver de perto o trabalho de profissionais de altíssimo nível foi uma experiência transformadora. Levo na bagagem não só o conhecimento institucional, mas amizades que quero levar para a vida toda. Gratidão ao CFMV por abrir as portas! É um orgulho fazer parte dessa comissão. Juntos somos fortes, e a nossa juventude chegou para somar e fazer a diferença!"
Para os jovens profissionais da veterinária e da zootecnia, essa iniciativa representa um reconhecimento formal de que “início de carreira” não é um período invisível ou de “espera”, mas um momento que exige apoio, políticas específicas e visibilidade. O fato de haver um órgão dedicado a diagnosticar e propor ações para esses profissionais pode contribuir para reduzir lacunas de acesso, tornar mais claro os caminhos de carreira e reforçar a representação desses profissionais nas estruturas institucionais.
A Geração Z no mercado de trabalho
Entretanto, embora a criação da comissão seja um passo importante, os jovens profissionais enfrentam ainda obstáculos de outro tipo: estigmas e preconceitos ligados à idade/geração. Estudos de mercado mostram que a Geração Z — nascida aproximadamente entre 1995 e 2010 — já representa uma parte significativa da força de trabalho, mas ainda sofre com falta de compreensão, expectativas distintas e preconceitos de parte das gerações mais antigas.
Um estudo do Instituto Z em parceria com a MMA Latam apontou que 50% das empresas enfrentam desafios na contratação de profissionais da Geração Z, com queixas relativas ao comportamento e conduta desses jovens. Outra reportagem, da revista Você RH, afirma que a Geração Z “já é enquadrada pelos mais seniores”, citando que entre executivos pesquisados, 39% preferem contratar pessoas mais velhas em vez de apostar em candidatos da Geração Z. Esses dados sugerem que, mesmo quando jovens profissionais têm qualificação — por exemplo, no setor veterinário e zootécnico — podem enfrentar desconfiança institucional: de que não têm “resiliência”, de que “querem subir rápido demais”, ou de que “não vão ficar tempo suficiente”.
No contexto específico da veterinária e da zootecnia, essas dinâmicas ganham contornos particulares já que profissionais recém-formados precisam construir experiência prática, redes de contato e autoridade — mas enfrentam estigmas de “jovem demais para decidir” ou “não ter vivência suficiente”.
A comissão do CFMV aparece como resposta institucional a essas situações já que irá mapear demandas, dar voz aos iniciantes e integrá-los aos processos de deliberação, o que pode ajudar a mitigar esses estigmas estruturais. Por outro lado, será necessário que as lideranças regionais e empregadores reconheçam que “jovem” não significa “inexperiente sem valor”: gerações mais novas trazem familiaridade com tecnologia, novas formas de trabalhar e podem impulsionar inovação no setor técnico, de gestão ou atendimento.
Perspectivas e desafios
O papel da nova comissão é promissor, mas será necessário traduzi-lo em ações concretas, como: mentorias, acompanhamento de início de carreira, formação continuada, reconhecimento de competências digitais e de inovação, e maior abertura para jovens liderarem projetos.
A constituição da comissão “CFMV Jovem” marca um avanço institucional importante para os profissionais iniciantes de veterinária e zootecnia no Brasil — oferecendo voz, representação e foco específico. O futuro do setor depende de conseguir articular a experiência e o legado dos mais velhos com a urgência, a fluidez e a inovação dos mais jovens.
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