Atualmente, com mais de 11 anos de experiência no setor de feiras e eventos, já visitei grandes exposições na América do Sul, América do Norte e Europa, mas nunca tinha tido a oportunidade de explorar um evento na Ásia, mais especificamente na China. No último mês de setembro, tive o privilégio de visitar o CIPS (China International Pet Show), um dos maiores e mais relevantes eventos do setor pet na Ásia, e a experiência foi surpreendente.
O mercado pet chinês tem crescido de forma impressionante nos últimos anos, impulsionado por fatores como a urbanização e uma mudança cultural significativa: os animais de estimação passaram a ser vistos como membros da família. Em 2023, o mercado pet na China atingiu um faturamento de impressionantes USD 39,1 bilhões, um aumento de 3,2% em relação a 2022. Estima-se que a China já possua uma das maiores populações de pets do mundo, com mais de 100 milhões de cães e gatos. Em termos globais, o país se encontra no TOP 3 (varia de acordo com o cambio). As tendências de consumo mostram um foco crescente em alimentos premium, serviços veterinários avançados e, claro, tecnologias voltadas ao bem-estar animal, como gadgets de monitoramento e soluções inteligentes para o dia a dia dos pets.
Uma das características mais marcantes da China é seu papel como um dos maiores exportadores do mundo, e isso ficou evidente na CIPS. O evento é muito focado no segmento B2B, com expositores compostos principalmente por grandes fabricantes chineses e uma audiência global de importadores e marcas que buscam parceiros de produção. Diferente do que vemos em eventos como a PET South America, onde lojistas e varejistas são maioria, na CIPS o público era extremamente selecionado, com poucos lojistas chineses visitando a feira.
O que mais me impressionou foi a qualidade dos produtos apresentados. A indústria chinesa não se limita mais apenas a acessórios, mas também se destaca na produção de alimentos úmidos e secos de alta qualidade. Encontrei várias fábricas trabalhando com petiscos liofilizados (incluindo um em formato de pirulito), que preservam os nutrientes do alimento e garantem maior validade. Na área de tecnologia, gadgets de monitoramento foram um dos grandes destaques, como caixas automatizadas de gatos que trocam a areia sozinhas e fazem leituras preventivas de saúde através das fezes e urina. Simplesmente incrível!
A sustentabilidade também está em alta no evento, com prêmios para os produtos mais sustentáveis. Uma das inovações que mais me chamou atenção foi uma areia de gato feita de farelo de coco, de uma empresa que aproveita o óleo do coco para produzir bastões hidratantes para as patas dos cães, maximizando o aproveitamento dos recursos naturais.
Não posso deixar de mencionar os pavilhões dedicados ao aquarismo, que foram os mais movimentados do evento. Lá, vi exposições incríveis de peixes como bettas, carpas, arraias e o aruanã, um dos peixes mais caros do mundo, cujo preço pode chegar a USD 30.000.
Outra tendência clara no evento foi o uso massivo do live commerce. Por todos os corredores, dentro dos estandes, as equipes de vendas estavam realizando transmissões ao vivo no TikTok e Douyin (versão chinesa do TikTok), uma prática que já domina o mercado chinês e está a caminho de transformar o comércio eletrônico em outras regiões, como Europa e Reino Unido.
Em resumo, o CIPS demonstrou a potência que é a China no mercado pet global, oferecendo produtos de qualidade que abastecem os principais mercados ao redor do mundo. Muitas marcas de luxo pet do Brasil, por exemplo, já produzem seus itens na China. Portanto, se você tem interesse em importar ou terceirizar a produção de produtos pet, conhecer a China e seus fornecedores é um passo essencial.
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