Vou utilizar minha coluna desta semana para comentar a pesquisa recém-lançada pelo Instituto Pet Brasil com os dados do setor em 2024. O relatório destaca uma desaceleração no mercado: pela primeira vez em cinco anos, o setor registrou um crescimento percentual abaixo dos dois dígitos. A expectativa era de que o faturamento atingisse R$ 77 bilhões, mas o resultado final ficou em R$ 75,4 bilhões.
Mas eu tenho uma outra perspectiva. Concordo que o cenário macroeconômico brasileiro teve impacto — afinal, estamos enfrentando alta inflação, variação cambial, desvalorização do real e queda no poder de compra do consumidor. Maaaaas (sim, com todos esses “as”)... acredito que a pandemia gerou um desvio na curva de crescimento deste mercado tão robusto, criando uma visão de crescimento utópica.
Se usarmos como referência o Brasil entre 2015 e 2019, o setor pet cresceu, em média, 5,84% ao ano, segundo os dados do próprio Instituto Pet Brasil. Já entre 2020 e 2024, esse crescimento médio anual saltou para 16,54%. E se olharmos mais de perto, veremos que 2021 — o primeiro ano pós-pandemia — foi o ano de maior crescimento, com impressionantes 27%.
Na minha visão, esse pico impulsionado pela pandemia e pelo confinamento criou uma leitura míope do potencial de crescimento do setor. Ele elevou a média a um patamar artificial, o que pode ter gerado expectativas irreais e prejudicado muitas indústrias, varejistas e investidores que imaginaram que esse ritmo seria contínuo. Com o retorno ao “normal”, era natural que a curva voltasse também a um patamar mais próximo da realidade pré-pandemia.
Para ilustrar esse movimento, gosto de trazer o exemplo da Magazine Luiza. Antes da pandemia, suas ações estavam cotadas a R$ 6,37. Durante a pandemia, chegaram a ultrapassar R$ 28,29 — um crescimento de 444%! Hoje, estão por volta de R$ 10. Ou seja, a pandemia criou uma realidade paralela, e quando as coisas voltaram ao normal, o “choque de realidade” foi interpretado como pessimismo, quando na verdade foi apenas uma correção de rota.
O relatório também reforça que o segmento de Pet Food continua sendo o grande protagonista, representando cerca de 54% do faturamento total — mesmo diante da alta carga
tributária que incide sobre esse segmento específico, que infelizmente não será contemplado nas alíquotas reduzidas da reforma tributária. Um dado preocupante é que, pela primeira vez, houve uma queda na produção de alimentos pet no Brasil: uma retração de 0,6% em relação a 2023. Novamente, enxergo esse movimento como reflexo de uma expectativa inflada por parte da indústria e de um necessário ajuste ao ritmo real de crescimento no cenário pós-pandemia.
Por fim, a análise dos canais de venda mostra que os pet shops de pequeno e médio porte seguem na liderança, com 48,5% de participação. Em segundo lugar estão as clínicas e hospitais veterinários, com 18%. Em terceiro, as megastores especializadas, como Petz e Cobasi, com 9%. Em quarto lugar vêm os e-commerces, com 7%, seguidos por canais de menor representatividade, como varejo não especializado, agrolojas e outros.
E para você? O mercado pet está realmente desacelerando... ou estamos apenas voltando à realidade depois de um período fora da curva?
Matilha Cultural realiza evento de adoção em parceria com Associação Natureza em Forma
Adoção na Matilha volta neste sábado (26), das 10h às 16h30, em SP. Ambiente acolhedor com cães soltos, arte e café. Adoções com triagem e taxa revertida para a ONG Natureza em Forma.
Governo Federal lança primeiro sistema nacional para cadastro de animais domésticos
Governo lança o SinPatinhas, sistema gratuito para cadastrar cães e gatos com RG Animal. Objetivo é combater abandono e maus-tratos, apoiar políticas públicas e mapear a população pet.
Pet Anjo lança o ‘’Eduque seu Cão’’, primeiro curso digital para tutores de cães
A Pet Anjo lança seu 1º curso digital para tutores, "Eduque seu Cão", com Daniel Svevo, focado em comportamento canino. São 2h de conteúdo prático por R$ 44,90, voltado a tutores e profissionais.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página: