A prática comum de separar filhotes caninos de sua mãe e ninhada antes dos 60 dias de vida é associada à uma série de repercussões no desenvolvimento neurológico e comportamental desses animais. O período neonatal e de socialização, que abrange as primeiras doze semanas de vida, é crítico para a maturação dos circuitos neurais e o estabelecimento de comportamentos sociais adequados.
Durante essa fase sensível, os filhotes estão expostos a uma série de estímulos sensoriais e sociais que desempenham um papel fundamental na organização do sistema nervoso central. A permanência junto à mãe e à ninhada oferece oportunidades para aprendizado por modelagem social, regulação emocional, respeito e limites na hora de brincar, mamar... tudo isso é muito importante para o desenvolvimento desses animais.
A separação precoce priva os filhotes dessas experiências cruciais, resultando em uma série de consequências adversas. Estudos têm demonstrado que filhotes separados antes do período recomendado apresentam alterações neuroquímicas e neuroendócrinas, bem como modificações na arquitetura cerebral, especialmente em áreas associadas ao processamento emocional e ao controle do comportamento.
Além disso, a privação de estímulos sociais durante a fase crítica de desenvolvimento pode levar a distúrbios comportamentais persistentes, incluindo ansiedade, medo, agressividade e dificuldades de socialização. Além disso, a exposição a situações estressantes durante esse período também aumenta o risco de desenvolvimento de transtornos do espectro do estresse pós-traumático e outros distúrbios relacionados ao trauma.
Portanto, é muito importante que médicos veterinários estejam cientes dos impactos negativos dessa separação precoce e orientem os tutores e possivelmente criadores sobre a importância de permitir que esses animais permaneçam juntos até pelo menos os 60 dias de vida. Essa prática não apenas promove um desenvolvimento neurológico saudável, mas também contribui para a prevenção de problemas comportamentais de longo prazo.
Coprofagia - distúrbio que vai além do comportamento
Muitos tutores e até Veterinários acreditam que o comportamento coprofágico está relacionado apenas à questões comportamentais. Porém, estudos mostram que a coprofagia na verdade pode sinalizar problemas graves que estão acontecendo no organismo do animal.
Motivos não patológicos que podem influenciar na falta de interesse pelo alimento
Todos já sabemos que quando um animal está apresentando alguma patologia, a recusa alimentar é um dos primeiros sinais que servem de alerta para os tutores procurarem os Veterinários. Porém, muitas vezes, essa falta de interesse pelo alimento não se deve a presença de alguma doença em questão e sim por uma série de outro motivos que podem estar contribuindo para que esse comportamento aconteça.
A importância dos comandos no tratamento de psicopatologias
Durante os meus atendimentos veterinários comportamentais pra corrigir ou tratar alguma alteração comportamental, já perdi as contas de quantas pessoas me questionavam se realmente havia necessidade de ensinar comandos e usar recompensas, afinal, não faziam questão de ter um cachorro de “circo” e apenas queriam ter o seu problema resolvido.
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