Marcela Barbieri

Impactos da separação precoce da mãe e da ninhada no neurodesenvolvimento dos filhotes

Escrito por Marcela Barbieri

13 MAR 2024 - 09H00

A prática comum de separar filhotes caninos de sua mãe e ninhada antes dos 60 dias de vida é associada à uma série de repercussões no desenvolvimento neurológico e comportamental desses animais. O período neonatal e de socialização, que abrange as primeiras doze semanas de vida, é crítico para a maturação dos circuitos neurais e o estabelecimento de comportamentos sociais adequados.

Durante essa fase sensível, os filhotes estão expostos a uma série de estímulos sensoriais e sociais que desempenham um papel fundamental na organização do sistema nervoso central. A permanência junto à mãe e à ninhada oferece oportunidades para aprendizado por modelagem social, regulação emocional, respeito e limites na hora de brincar, mamar... tudo isso é muito importante para o desenvolvimento desses animais.

A separação precoce priva os filhotes dessas experiências cruciais, resultando em uma série de consequências adversas. Estudos têm demonstrado que filhotes separados antes do período recomendado apresentam alterações neuroquímicas e neuroendócrinas, bem como modificações na arquitetura cerebral, especialmente em áreas associadas ao processamento emocional e ao controle do comportamento.

Além disso, a privação de estímulos sociais durante a fase crítica de desenvolvimento pode levar a distúrbios comportamentais persistentes, incluindo ansiedade, medo, agressividade e dificuldades de socialização. Além disso, a exposição a situações estressantes durante esse período também aumenta o risco de desenvolvimento de transtornos do espectro do estresse pós-traumático e outros distúrbios relacionados ao trauma.

Portanto, é muito importante que médicos veterinários estejam cientes dos impactos negativos dessa separação precoce e orientem os tutores e possivelmente criadores sobre a importância de permitir que esses animais permaneçam juntos até pelo menos os 60 dias de vida. Essa prática não apenas promove um desenvolvimento neurológico saudável, mas também contribui para a prevenção de problemas comportamentais de longo prazo.

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