A fusão de Petz e Cobasi começou a ganhar forma em abril, após meses de tratativas. Em agosto, as empresas formalizaram o acordo de associação. Mas ao que parece, o principal desafio das duas gigantes do mercado pet passa por convencer o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O órgão avalia riscos para o ambiente concorrencial no setor, mas as empresas encontraram uma estratégia para driblar esse argumento. A principal alegação é que seus maiores rivais não são outras redes físicas, e sim marketplaces como Mercado Livre, Shopee e Alibaba.
Contudo, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a estratégia pode não prosperar. Técnicos da Superintendência-Geral do Cade argumentam que menos de 1% das vendas desses marketplaces são de produtos voltados para animais de estimação. Esse critério de avaliação, que costuma ser utilizado em fusões de varejo, como no caso de supermercados e farmácias, pode pesar contra a aprovação da operação.
A nova companhia planeja criar uma plataforma pet nacional com presença em mais de 140 cidades, totalizando 494 lojas. A receita bruta combinada será de aproximadamente R$ 7 bilhões, com um market share de cerca de 11%, considerando os resultados de 2023.
Paulo Nassar, cofundador da Cobasi, deverá assumir o cargo de CEO da nova empresa, enquanto Sérgio Zimerman, atual CEO da Petz, será o presidente do conselho de administração.
Conforme noticiado anteriormente, os acionistas da Petz terão uma participação maior na nova empresa, com 52,6% das ações. Os da Cobasi, por outro lado, ficarão com 47,4%. No início da negociação, a ideia era dividir a participação de forma igualitária entre as partes.
Fusão de Petz e Cobasi pode também ser oportuna, acredita entidade
Com a fusão de Petz e Cobasi, o presidente eleito da Andipet – Associação Nacional dos Distribuidores de Produtos Pet, Diego Dahas Camara, acredita que seja bem provável a concentração de mercado em algumas regiões. Mas o executivo também enxerga oportunidades.
“Antes tínhamos duas megas estruturas concorrentes diretas, com foco em oferecer o melhor preço. Uma vez pertencentes ao mesmo grupo, essa concorrência tende a esfriar, gerando aqui uma grande oportunidade ao pequeno e médio varejo”, avalia.
“Eu não acredito que a nova empresa consiga melhores condições comerciais mesmo ganhando maior representatividade no faturamento das indústrias. Percebo que a preocupação atual da maioria dos fabricantes de produtos pet, seja com a harmonia entre os dois canais, direto e indireto, pois existe a necessidade de preservar o canal atacadista e, consequentemente, o pequeno e médio varejo”, acrescenta.
Camara comenta ainda sobre o que fazer para manter a competitividade no mercado pet. “Como distribuidor, orientamos nossos clientes a buscarem diferenciação no atendimento, promovendo serviços personalizados com amplo investimento em CRM. Nenhum consumidor troca uma loja onde é bem recebido”, crava.
Segundo ele, pequenos e médios varejistas devem investir em produtos de maior margem de contribuição, além de aprimorar o sortimento de forma a atender mercados de nicho. 'Outra solução que julgo fundamental é o investimento em tecnologia, como sistemas de gestão e integração de dados junto a distribuidores, o que aumentaria a eficiência na reposição de produtos, reduzindo impactos de rupturas. Investir e-commerce, marketplaces, aplicativos móveis e televendas também é necessário', conclui.
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