Um novo estudo brasileiro avaliou o uso de cannabis em pets e mostrou melhora significativa nos níveis de dor, mobilidade e qualidade de vida dos animais, sem efeitos adversos relevantes.
A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em parceria com a ONG Santa Cannabis. O acompanhamento dos cães, que passaram por testes bioquímicos durante o levantamento, foi feito em parceria com o Hospital Veterinário Pop Vet.
O tratamento de osteoartrite, uma condição degenerativa das articulações bastante comum em cachorros idosos, envolve medicamentos tradicionais, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), com eficácia limitada e efeitos colaterais frequentes. O novo estudo pode mudar esse cenário.
Conforme reportagem do portal Poder360, a metodologia envolveu 21 cães com osteortrite, que foram divididos entre um grupo que recebeu placebo e outro tratado com um extrato full spectrum de cannabis, contendo 64% de CBD, 2,4% de THC e outros canabinoides.
Os pets foram observados por 90 dias por meio de escalas internacionais de avaliação da dor e testes bioquímicos. Até então, não existia nenhum estudo com cães que envolvesse o uso de THC por um período tão longo. Além disso, não ocorreu nenhum efeito colateral grave. Agora, o estudo está na segunda fase, que envolve o uso prolongado por mais 90 dias com dosagens variadas. A pesquisa já foi aceita para publicação na Frontiers in Pharmacology e deve ser publicada em agosto.
Regulatório de uso de cannabis em pets segue em construção
Apesar dos avanços científicos, o uso veterinário da cannabis ainda depende de um marco regulatório definitivo no Brasil. Em 30 de outubro de 2024, a Anvisa) aprovou por unanimidade uma medida que atualiza as normas sobre produtos à base de cannabis para uso veterinário, mas a resolução ainda aguarda formalização oficial.
Com a nova medida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) poderá avaliar pedidos de regularização de produtos veterinários à base da planta. Médicos veterinários, por sua vez, estarão autorizados a prescrever medicamentos registrados pela agência reguladora; produtos com autorização sanitária; e futuros produtos aprovados pelo Mapa.
A resolução, que mantém rígidos controles de segurança, exige receituário de controle especial e proíbe a manipulação da substância, inclusive para uso veterinário. A medida, no entanto, ainda não contempla a prescrição via associações de pacientes, como já ocorre em humanos, mas pode abrir caminhos para futuras adequações.
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